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Fobia Social

Dr. Miguel A. V. Franco

Dr. Miguel A. V. Franco

Psiquiatra

Publicado em 22/03/2024

O que é fobia social?

A fobia social, também conhecida como transtorno de ansiedade social, é uma condição psiquiátrica que pode afetar indivíduos de todas as idades e esferas econômicas ao redor do mundo, caracterizada por um medo intenso e persistente de situações sociais ou de desempenho, onde o indivíduo teme ser julgado, criticado ou rejeitado pelos outros. Isso pode resultar em uma diminuição drástica de interações sociais, isolamento e dificuldades significativas em várias áreas da vida, como trabalho, escola e relacionamentos. As pessoas com fobia social muitas vezes experimentam sintomas físicos, como palpitações, sudorese e tremores, antes ou durante interações sociais, o que pode causar um sofrimento considerável e impactar negativamente sua qualidade de vida. O transtorno pode ser debilitante, mas com tratamentos adequados, incluindo terapia cognitivo-comportamental e medicamentos é possível gerenciar os sintomas e levar uma vida mais plena e satisfatória.

Quais são as causas?

As causas da fobia social ainda são objeto de estudo. Evidências apontam que suas causas podem estar relacionadas a uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais, pesquisas também sugerem uma predisposição genética para o desenvolvimento do transtorno, com uma probabilidade maior de ocorrência em pessoas com histórico familiar de ansiedade ou transtornos psiquiátricos. Alterações na química cerebral, particularmente nos neurotransmissores relacionados ao sistema de resposta ao medo, como a serotonina e a noradrenalina, também desempenham um papel importante assim como experiências traumáticas na infância, como bullying, abuso ou negligência. Fatores ambientais também podem influenciar a manifestação do transtorno. O comportamento de evitação social, modelagem parental e expectativas sociais elevadas também podem contribuir para o desenvolvimento da fobia social. Em resumo, a interação complexa entre fatores genéticos, biológicos e ambientais desempenha um papel fundamental na etiologia desse transtorno psiquiátrico.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da fobia social podem se manifestar de diversas formas e intensidade de acordo ao quadro de cada paciente. Geralmente envolvem um medo intenso e persistente de situações sociais ou de desempenho, acompanhados por uma preocupação excessiva em ser julgado, criticado ou ridicularizado pelos outros. Essa apreensão pode se estender a uma variedade de contextos sociais, como conversar com estranhos, participar de reuniões ou falar em público. As pessoas com fobia social muitas vezes experimentam sintomas físicos, como palpitações, sudorese, tremores, rubor facial, boca seca, náusea e dificuldade para respirar, antes ou durante interações sociais. A fobia social pode desencadear o surgimento de sintomas psicológicos, como ansiedade intensa, pensamentos negativos automáticos, evitação de interações sociais, sentimentos de inadequação e baixa autoestima. A fobia social pode interferir significativamente nas atividades diárias, nos relacionamentos interpessoais e no desempenho acadêmico ou profissional da pessoa afetada. É importante destacar que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa e que o diagnóstico preciso requer uma avaliação completa por um profissional de saúde mental qualificado.

Tratamento e perspectivas futuras

O tratamento da fobia social geralmente envolve uma abordagem multifacetada que pode incluir terapia cognitivo-comportamental que em particular tem se mostrado eficaz na modificação de padrões de pensamento distorcidos e na exposição gradual a situações sociais temidas, ajudando com auxílio dos medicamentos os indivíduos a lidar com os sintomas.. Quanto às perspectivas futuras, há uma crescente ênfase na personalização do tratamento, utilizando abordagens mais direcionadas com base nas características individuais dos pacientes.

Além disso, avanços na neurociência e na farmacologia podem levar ao desenvolvimento de novas terapias mais eficazes e com menos efeitos colaterais. Investimentos em pesquisa e conscientização continuam sendo cruciais para melhorar o diagnóstico precoce, o acesso ao tratamento e o desenvolvimento de intervenções inovadoras para indivíduos com fobia social.

Caso haja presença dos sintomas, recomendamos que o paciente consulte-se com uma das especialidades abaixo:

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Referências

1. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. (2013). DIAGNOSTIC AND STATISTICAL MANUAL OF MENTAL DISORDERS (5TH ED.). ARLINGTON, VA: AMERICAN PSYCHIATRIC PUBLISHING.

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5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. (2019). DIRETRIZES BRASILEIRAS DE TRANSTORNOS DE ANSIEDADE. RETRIEVED FROM HTTP://WWW.ABP.ORG.BR/ UPLOADED/ARQUIVOS/ANSIEDADE-2.PDF

Dr. Miguel A. V. Franco

Escrito por Dr. Miguel A. V. Franco

Psiquiatra

CRM 132075

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